A maior droga do século
Isso mesmo você não leu errado não. Olha o que dizem os
cientistas sobre a diferença entre um viciado em cocaína e um viciado em
carboidratos (açúcar).
Saiu na revista GQ, da editora globo:
O índice glicêmico do pão preto é igual ao do pão branco e
ambos são maiores do que o índice do açúcar puro (sacarose). Também o índice dos
cereais e do arroz- no final, é tudo açúcar. Não acredita? Pois eu fiquei
igualmente de boca aberta quando li a reportagem e tenho que dividir com você
leitor(a).
Mas vamos a reportagem:
Titulo: Carboidratos viciam mais do que cocaína?
O desejo incontrolável por pizza e sorvete pode ser seu
corpo gritando por socorro. Será que você é um dependente?
Por: Paul John Scott
e Thaís Cavalheiro.
Estou em um estabelecimento que vende drogas. Observo uma fila
de pessoas no balcão, comprando livremente uma mercadoria que, para algumas,
poderá se transformar (se ainda não se transformou) em um vício capaz de
arruinar sua vida. Quem sabe você esteja no mesmo caminho. O problema nem
sempre é evidente: nada que se compare ao massacre associado à cocaína ou ao
álcool. É um vício que demora a se revelar, mas com percurso igualmente
traiçoeiro. O lugar é uma padaria. E, certamente, aqui vende-se saladas e
produtos light. Mas por que a oferta de bolos e docinhos supera a de alimentos
saudáveis? Porque os carboidratos – assim como a cocaína – dão barato. E esse
barato pode levar à fissura quando se fica muito tempo sem uma “dose”. Só que,
diferentemente da cocaína, o consumo de carboidratos faz mais do que
estabelecer novas conexões no sistema neurológico: o corpo sofre uma espécie de
curto-circuito. Nosso metabolismo normalmente armazena energia para ser usada
como combustível. Só que calorias não queimadas viram estoque de gordura.
Quando a fome bate, você não fica doido para comer o que estiver à mão, mas
deseja as mesmas besteiras cheias de calorias que o levaram à dependência.
Pense nesse efeito como o de uma droga.
Em defesa dos carboidratos: a recomendação internacional
defende que esses nutrientes componham 30% das refeições principais. Sob forma
de amidos e açúcares, estão em pães, cereais, massas, frutas, doces, sucos e
cerveja – basicamente qualquer coisa que não seja proteína ou gordura. “Mas você pode passar a vida toda sem ingerir um único
carboidrato – exceto aquele do leite materno ou da diminuta quantidade da carne
– e provavelmente viverá bem”, afirma Gary Taubes, autor do livro Boas
Calorias, Más Calorias (Good Calories, Bad Calories, inédito no Brasil).
Dormindo, o organismo
queima gordura
Açúcar e amido fornecem energia em forma de glicose, fonte
para as células vermelhas do sangue – e também a preferida pelo cérebro. Na
falta de glicose, o organismo queima gordura para gerar energia. É o que
acontece enquanto você dorme, sem comer por oito horas. “O cérebro necessita de
carboidratos como combustível”, diz Taubes (que acaba de lançar Por que
Engordamos (Why We Get Fat, também inédito aqui). “Mas o corpo é perfeitamente
capaz de buscar energia nas proteínas, nos vegetais e na gordura animal.” Como escreveram doutores da Universidade Harvard no
Journal of the American Medical Association, “carboidratos são nutrientes
absolutamente desnecessários para o ser humano”.
Dependência
O problema não está exatamente nos carboidratos, mas na
dependência que estabelecemos deles. Ao ativar áreas do cérebro ligadas ao
prazer, eles derrubam nossas defesas contra a comilança desenfreada e nos
deixam gordos e mal nutridos. Quanto mais comemos alimentos ricos em
carboidratos, mais queremos comer – o processo é semelhante ao das drogas
viciantes. Em 2007, um experimento feito com ratos
na Universidade de Bordeaux, na França, mostrou que, quando os bichos podiam
escolher entre cocaína intravenosa e um adoçante, 94% preferiram o substituto
do açúcar. A conclusão foi a de que a doçura intensa funciona, para os
receptores cerebrais, como um estímulo maior do que o da cocaína, de tal forma
que, ao chegar ao centro de recompensa cerebral, suprime os mecanismos de
autocontrole, levando à dependência.
Sintomas de
abstinência
Nicole Avena, especialista em neurociência comportamental da
Universidade da Flórida (EUA) que se dedicou à análise de cobaias alimentadas
com açúcar, afirma que o consumo de doces leva ao desejo compulsivo e a
sintomas de abstinência. Isso porque tanto carboidrato como cocaína e anfetamina
envolvem os mesmos circuitos cerebrais sob o comando do sistema nervoso
central. Alimentos altamente calóricos injetam no sangue dopamina,
neurotransmissor que, ao atingir o centro de recompensa do cérebro, gera um
efeito imediato de bem-estar e felicidade – o mesmo que causa a dependência
química. Tudo o que dá prazer, guloseima ou droga, aciona uma rede complexa de
neurônios que, ao ser ativada, reconhece a sensação agradável, cristaliza-a na
memória e provoca a repetição do gesto. Como a natureza é sábia, a sensação de
prazer associada à macarronada ou ao sorvete é a arma do cérebro para garantir
que não falte energia para o corpo funcionar. Assim que você põe na boca um
alimento rico em carboidratos, começa a produção da dopamina. “Esse mecanismo é
fundamental para nossa sobrevivência”, explica Paulo Jannuzzi Cunha, neuropsicólogo do
Laboratório de Investigações Médicas do Hospital das Clínicas da Universidade
de São Paulo (USP). “O consumo de carboidratos provoca um prazer intenso que
vai embora rápido, o que leva ao desejo de ingerir aquilo de novo para ter de
volta a satisfação perdida.”
Ação da dopamina
“Brigadeiro e pão francês, por exemplo, ativam o centro de recompensa de maneira tão rápida e intensa que a mensagem de saciedade é simplesmente ignorada pelo cérebro”, continua Cunha, especialista em comportamentos impulsivos. Resultado: você
continua a se empanturrar. E, assim como acontece com dependentes de
drogas, o córtex pré-frontal (centro moral do cérebro) não consegue se sobrepor
à ação da dopamina. Assim, o que prevalece é a memória da satisfação
proporcionada pela guloseima, na região do hipocampo. E aí tudo o que você quer
é, mais uma vez, cair de boca nos bombons e nos sonhos de padaria para ter
bem-estar. “Não é o caso de declarar guerra ao carboidrato”, enfatiza o
neurologista. “O importante é controlar o impulso, adiar a gratificação e evitar
o imediatismo.”
(ai que entra a minha dica : não ande na rua sem um
queijinho na bolsa (rs)).danny
Receptor prejudicado
Se você adotar uma dieta pobre nesse nutriente, seu corpo
vai queimar estoques de gordura. Já comer carboidratos em grande quantidade
(principalmente os refinados, como açúcar, farinha branca e refrigerantes)
obriga o pâncreas a liberar cada vez mais insulina. Esse hormônio, como uma
chave que se encaixa com perfeição na fechadura, se liga a seu receptor
localizado na membrana da célula e “abre a porta” para a passagem da glicose. A ingestão
excessiva de carboidratos prejudica o funcionamento do receptor, pois em altas
doses a glicose desequilibra a fabricação de insulina e modifica a própria
membrana das células, que passam a negar a entrada do açúcar. Ele, então, sobra
na circulação e acaba armazenado em forma de gordura localizada.
Pré-diabetes
Para piorar, o tecido adiposo favorece a resistência à
insulina – o chamado pré-diabetes. Em altas doses, esse hormônio não apenas
predispõe o corpo a estocar gordura, mas dificulta sua queima e aciona uma fome
de leão. Para saciá-la, você não come qualquer coisa, mas algo rico em… açúcar
e farinha. Os cartéis de droga apenas sonham com um narcótico que crie um ciclo
de dependência tão poderoso (e pernicioso) quanto o dos pós brancos que
guardamos na despensa. Este
ano, o americano Robert Lustig, endocrinologista da Universidade da Califórnia
(EUA), foi capa da revista do New York Times defendendo restrições à venda de
doces e refrigerantes, como acontece com álcool e cigarros, por causarem igual
dependência. Lustig foi além ao afirmar que, como a frutose, o açúcar das
frutas, produz um efeito nocivo sobre o fígado comparável ao das bebidas
alcoólicas (por causa do mesmo tipo de metabolização), deveríamos limitar o
consumo de sucos. Para ele, as frutas são saudáveis por conterem fibras, mas
seu suco, nem tanto.
É possível livrar-se da dependência dos carboidratos?
Segundo Gary Taubes,
não nos resta alternativa a não ser tentar.
“Há
evidências de que a fissura acaba depois de um tempo, mas é difícil precisar se
isso acontece em semanas ou anos”, afirma. O assustador é que, como um
viciado em recuperação, você provavelmente nunca estará 100% curado e ainda
correrá o risco de recaídas.
Se depois de ler isso você não cair em si, sinto muito mas
você já esta mais do que viciado e não esta querendo ajuda, pois esta controlado(a)
pelo vicio.
Com amor ♥
Dannyhonain
Com amor ♥
Dannyhonain
Realmente impressionante! Ótima matéria Danny! Adorei!
ResponderExcluirViu só Kah, e nós acabamos sempre persuadidos pelo vicio , hj eu me considero uma quase "desvi ciada", tem algum tempo que nao caio na besteira de comer lixo , mas vc nao acredita teve um dia e nao faz muito tempo, eu achei que fosse morrer senti suador , calafrio , uma coisa horrorosa fui ao hospital a medica disse que eu nao tinha nada que estava otima e me mandou pra casa e eu só melhorei depois de comer um pao !! Acredite se quiser. A pior crise de abstinencia depois a Dra mariana me explicou !! Um absurdo agora fico imaginando as criançinhas comendo no mc da vida !!
ResponderExcluirque horror!!! nunca mais quero comer carboidratos novamente!!!
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